BUSINESS PLANNING - BPL570 - 3.5

Criando um Plano de Negócios eficiente – Plano financeiro

Desenvolvido por Renato Cividini Matthiesen em 2022 baseado no livro Empreendedorismo, transformando ideias em negócios, 8ª edição, publicado em 2021 por Editora Empreende.

Criando um Plano de Negócios eficiente – Plano financeiro

Objetivos de Aprendizagem

Introdução

O planejamento financeiro de um novo negócio pode ser considerado como um momento importante, pois deverá refletir uma primeira análise sobre a viabilidade do empreendimento que está sendo planejado. Também pode ser considerado como a parte mais difícil de ser elaborada, considerando as análises e projeções necessárias, cálculos, estudos de viabilidade e investimentos necessários para colocar um negócio em operação.

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Assista o vídeo intitulado: Como elaborar um Plano de Negócios – Plano Financeiro.

Assista também o vídeo: Plano de Negócios Simplificado – Plano Financeiro que traz um breve exemplo de elaboração de um plano financeiro.

E assista também o vídeo Como planejar as finanças de seu negócio disponível no site do Sebrae de Minas Gerais.

7. Plano financeiro

O plano financeiro deve refletir em números tudo o que foi escrito nas seções anteriores do plano de negócio. Fazem parte do plano financeiro os investimentos, gastos com marketing, despesas com vendas, gastos com pessoal, custos fixos e variáveis, projeção de vendas, análises de rentabilidade do negócio dentre todos os valores financeiros envolvidos no novo empreendimento.

Em linha com Dornelas (2021), os principais demonstrativos a serem apresentados em um plano de negócios são: Balanço Patrimonial; Demonstrativo de Resultados do Exercício; Demonstrativo de Fluxo de Caixa. Estes demonstrativos sustentam o estudo de viabilidade do negócio e o retorno financeiro proporcionado por ele. Estas análises se complementam com estudos de: Análise do Ponto de Equilíbrio (Break Even Point); Payback; Taxa de Retorno Interno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL).

Decisões sobre o empreendimento devem ser tomadas a partir da combinação de informações quantitativas, avaliando o investimento com as ferramentas acima citadas e também qualitativas. O empreendedor deve estabelecer quais serão suas metas financeiras do negócio por meio dos instrumentos financeiros.

Balanço Patrimonial (BP)

Dornelas (2021) nos ensina que o Balanço Patrimonial reflete a posição financeira da empresa em determinado momento e é constituído por duas colunas, a do Ativo e a do Passivo + Patrimônio Líquido. De forma a sustentar a definição, Azevedo (2008) sustenta que o balanço patrimonial é uma demonstração contábil que reflete a posição financeira e econômica da empresa, ou seja, uma fotografia da posição patrimonial da entidade em determinado período.

Em uma formulação simples:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo

Figura 1 – Exemplo de Balanço Patrimonial

Fonte: adaptado de Dornelas (2021)

Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE)

Dornelas (2021, p. 174) define a Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE) como uma “classificação ordenada e resumida das receitas e das despesas da empresa em determinado período”. Azevedo (2008) reforça que o DRE tem como finalidade, além de evidenciar o resultado do exercício através de lucro ou prejuízo, demonstrar também a origem dos recursos próprios que são aplicados na empresa (receitas), e todos os gastos com custos e despesas envolvidos na geração de riqueza da empresa.

Figura 2 – Exemplo de Demonstração dos Resultados do Exercício

Fonte: adaptado de Dornelas (2021)

Em uma formulação simples:

Lucro Líquido = Receita Bruta – Deduções – Custos dos Produtos Vendidos – Despesas Operacionais – Despesas não Operacionais – Imposto de Renda

Fluxo de Caixa

Dornelas (2021) defende o fluxo de Caixa como a principal ferramenta de planejamento financeiro de um novo negócio. O Fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira que projeta para períodos futuros todas as entradas e saídas de recursos financeiros do empreendimento, demonstrando a forma que será o saldo de caixa da empresa para o período projetado. Na estrutura padrão de um Fluxo de Caixa temos receitas, vendas, custos e despesas variáveis e custos e despesas fixos.

Receitas: valores das vendas recebidas.
Vendas: volume monetário do faturamento.
Custos e despesas variáveis: custos relacionados ao volume de produção.
Custos e despesas fixos: valores inalterados de produção e administração.

Figura 3 – Exemplo de Fluxo de Caixa

Fonte: adaptado de Juliano (2016)

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Dica importante: o que não se deve fazer em um plano de negócios é realizar a adequação do plano aos dados financeiros. O correto é fazer o contrário, ou seja, são as finanças que deverão se adequar ao plano de negócios. Mesmo com recursos limitados, um plano de negócios deve ser preservado na sua essência, buscando investimentos e recursos para que possa ser implementado.

Análise de Ponto de Equilíbrio

Análise do Ponto de Equilíbrio (Break Even Point) é um momento em que não há lucro nem mesmo prejuízo. Dornelas (2021) define que é o ponto no qual a receita proveniente de vendas equivale à soma dos custos fixos somados aos custos variáveis. Este é o ponto em que o negócio entra em equilíbrio financeiro.

Em uma formulação simples:

Ponto de Equilíbrio = (Custos fixos totais / Margem de Contribuição) * Receita

Onde:

Margem de Contribuição = Receita – Custos variáveis

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Assistir o vídeo ‘’O empreendedorismo do futuro’’.

Neste vídeo Davi Braga, um dos jovens mais conhecidos e bem-sucedidos do país, Davi apenas com seus 12 anos já tinha fundado sua primeira empresa. Davi também é reconhecido pela Revista Forbes como um dos jovens mais influentes do País ocupando a tão sonhada lista dos Jovens Under30.

Análise de Investimento

Ao desenvolver um Plano de Negócios, é importante fazer a análise de investimentos para compreender se o novo negócio é financeiramente viável e mais interessante que aplicações financeiras conservadoras (ou mesmo mais arriscadas). Também pode-se projetar o retorno do investimento através destas análises.

Retorno Contábil sobre o Investimento

Nesta análise, procura-se descobrir quantos reais em média são gerados por real médio investido no negócio.

Em uma formulação simples:

Rentabilidade = Lucro Anual Médio / Valor declarado médio no investimento

Payback

Nesta análise há a identificação de qual é o prazo em que será recuperado o desembolso do investimento. Olivo (2008) defende que o payback tem como pressuposto avaliar o tempo que o projeto demorará para retornar o total do investimento inicial.

Figura 4 – Exemplo de cálculo de payback

Fonte: elaborado pelo autor

Valor Presente Líquido (VPL)

Nesta análise de fluxo de caixa descontado, há a comparação do valor presente dos futuros fluxos de caixa com o montante inicial investido, defende Dornelas (2021). Para medir o VPL de um novo negócio, deve-se fazer a estimativa do valor anual para os futuros fluxos de reais gerados e subtrair do investimento inicial. Esta análise depende de uma Taxa Mínima de Atratividade (TMA) que representa o retorno mínimo exigido, em porcentagem, para o investidor avaliar se o negócio é mais lucrativo que aplicações disponíveis em instituições financeiras, segundo Olivo (2008).

Em uma formulação simples:

Para fazer o cálculo de VPL, pode-se aplicar a fórmula matemática acima descrita, porém, planilhas eletrônicas e calculadoras financeiras trazem recursos automatizados para poder auxiliar o gestor a realizar estes estudos. Veja a figura 5 com exemplos de fórmulas e operações em planilha e calculadora financeira.

Figura 5 – Exemplo de cálculo de Valor Presente Líquido

Fonte: elaborado pelo autor

Taxa Interna de Retorno (TIR)

O cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) também é uma análise de fluxo de caixa descontado e apresenta a taxa de desconto que fornece um valor presente líquido igual a zero, o que representa que o valor presente dos futuros fluxos de caixa é igual ao investimento realizado. Olivo (2008) sustenta que a TIR é similar a VPL pois utiliza a mesma lógica de cálculo, porém apresenta resultados em porcentagem, e não em valores monetários. Esta análise calcula o retorno composto em porcentagem do fluxo de caixa, ou seja, qual é a taxa composta necessária para transformar o investimento inicial nos fluxos futuros, com fosse o valor fosse aplicado em renda fixa.

Para fazer o cálculo da TIR, pode-se aplicar a fórmula matemática acima descrita, porém, planilhas eletrônicas e calculadoras financeiras trazem recursos automatizados para poder auxiliar o gestor a realizar estes estudos. Veja a figura 6 com exemplos de fórmulas e operações em planilha e calculadora financeira.

Figura 6 – Exemplo de cálculo de Valor Presente Líquido

Fonte: elaborado pelo autor

8. Anexos

Nesta seção há o anexo de todos os documentos e formulários que compõem o seu Plano de Negócios.

Em resumo

Nessa aula você finalizou seu Plano de Negócios com a elaboração de planejamento financeiro do empreendimento. Neste plano deverá haver um profundo estudo dos investimentos a serem realizados no novo negócio, estruturação financeira através de ferramentas de gestão como o Balanço Patrimonial, o Demonstrativo de Resultados do Exercício, Fluxo de Caixa e análises complementares como Ponto de Equilíbrio. Índices financeiros. Por fim, avaliamos a viabilidade do projeto com as técnicas de Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).

na ponta da língua

Referências
Bibliográficas

A ZEVEDO, M. C. de. Estrutura e análise das demonstrações financeiras. Campinas-SP: Editora Alínea, 2008.

DORNELAS, José. Empreendedorismo, transformando ideias em negócios. 8a. ed. São Paulo: Empreende, 2021.

JULIANO, M. C. Empreendedorismo. Londrina-PR: Editora e Distribuidora Educacional SA. 2016.

OLIVO, R. L. F. Análise de investimentos. Campinas-SP: Editora Alínea, 2008.

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Livro de Referência:

Empreendedorismo, transformando ideias em negócios - 8ª edição

José Dornelas

Editora Empreende, 2021

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